A magia encantadora da Contação da Rua





Ela é linda, jovem, artista, mãe e tem uma energia fora do comum. Ganhou uma música só dela assim que nasceu, presente do pai, nem gostava de ler, até que um momento bem pessoal a fez apaixonar-se pela leitura, mas não só isso, ela começou uma brincadeira com sabor de bolo de chocolate e suco de limão, até que ... tudo se transformou na Contação da Rua ...Um papo lindo com Dany, da Contação da Rua.





Uma mistura de Criança grande com criança pequena, alegria, música, felicidade, boas energias, muitas estórias, e alguns fantoches incríveis  se transformaram na Contação da Rua, uma turma que reúne teatro, música e literatura para contar magia literária e fazer um monte de gente muito feliz.



Comumente a Contação da Rua se reúne na Praça da Paz e reúne crianças e adultos para vivenciar encantamento e música que transformam tudo em magia, em um verdadeiro espetáculo, e tudo isso gratuitamente. É mesmo muito amor!



Em um momento muito lindo, preparado com amor e carinho pela Contação, todo mundo se diverte. Até os bebês...






Um colorido de diversão e beleza, de amor e magia especialmente para você. A praça da Paz tem espaço para muita gente, é verde, arejada, linda e agradável para o espetáculo ...






Os livros ficam expostos, sempre ao alcance das crianças, que podem pegar emprestados para ler e se divertir ...





E olha só essa imagem linda! Luzes, Dany, e os personagens da Contação, uma pequena parte só para dar aquela vontade de correr e assistir ao espetáculo da Contação da Rua.






Veja só a entrevista linda que a Dany nos concedeu, e saiba todas as novidades da Contação da Rua  ...



1    1) Então Dany, você é a criadora da Contação da Rua? Conte-nos como esta arte linda aconteceu.


Dany Rsrsrs não sou a criadora da Contação da Rua.
 A Contação da Rua é uma energia que praticamente se formou sozinha. Mas, posso dizer que eu e minha amiga Valeria Rodriguez, uma uruguaia muito gente boa que mora do meu ladinho, somos as responsáveis por fazer essa energia girar pelas praças de João Pessoa.
A Contação da Rua surgiu assim, senta que lá vem história...
Era uma vez uma rua cheia de crianças lindas. Pequenas, médias e grandes. Essas crianças iam brincar na rua e levavam o celular, o tablet.
Elas não se entendiam na hora de escolher a brincadeira.
-Quero essa!
- Ah, não! Eu quero aquela!!
E como era difícil chegar a um consenso, sentavam-se na calçada e iam ver  o facebook uma da outra.
Foi então que eu tive uma idéia: que tal ir todo mundo pro meu quintal pra gente ouvir histórias, cantar, brincar e no final eu prometo que dou um delicioso bolo de chocolate feito por mim e um suco de limão bem geladinho, com limões do meu limoeiro!
Todas toparam...
 A farra foi tão boa que pediram pra repetir no final de semana seguinte. E no próximo também. E no próximo...
E a cada encontro mais gente ia sabendo e ia se juntando a nós.
Até que minha casa ficou pequena, os bolos que eu fazia já não serviam todas as crianças...
Nesse momento, uma luz se acendeu em cima da cabeça de  Valeria que disse:
- Já sei! Vamos levar a Contação pra praça, assim, mais gente pode aproveitar!
E lá na praça, todos os que passavam juntavam-se a nós para ouvir as histórias, até que uma comunidade foi se formando.
Montamos uma biblioteca livre, compramos fantoches, e a coisa foi só se desenrolando, como um novelo de lã que precisa ser usado!

 2)  Atualmente a Contação é um projeto Social ou é um grupo artístico que promove música, teatro e literatura? Vocês recebem apoio financeiro para realizar o projeto?

Costumo dizer que somos um projeto autossustentável. O que é isso? Fazemos apresentações em praças, comunidades carentes, escolas públicas e hospitais de graça.
 O foco é esse.
Resgatar a infância e estimular o prazer pela leitura e promover o acesso, onde esse tipo de ação quase não alcança, essa é a nossa meta.
Só que pra conseguir desenvolver um bom trabalho precisamos de verba. Temos muita criatividade pra reciclar materiais, reutilizar, mas tem coisa que é preciso comprar.
No começo, tiramos muito dinheiro dos próprios bolsos pra a Contação da Rua acontecer.
Hoje em dia, a gente ainda tira um pouco, mas bem menos, porque nos apresentamos em alguns eventos particulares e o dinheiro é todo revertido para o projeto.
Com essa forma de proceder, temos um grande acervo de fantoches de espuma e uma estrutura um pouco melhor.
 Ainda queremos comprar um ônibus (porque nossa equipe é grande e toda vez que vamos nos apresentar é um sufoco!) e queremos construir um galpão pra guardar o material que temos (que fica no meio da nossa sala, atualmente!). Tudo a seu tempo.

3) Você toca, canta, encena, cria textos e falas para os fantoches, são muitas habilidades em uma só pessoa, como você consegue dar conta de tudo, e ainda cuidar da família?

Dany_Rsrrsrs quando se faz o que gosta não pesa, né¿ Nem sinto que faço tudo isso. Essas coisas precisam sair de dentro de mim, senão fico sufocada. Então sento no computador e sai um roteiro, pego o violão e sai uma música. E assim também acontece com a Valéria, que compôs as 13 músicas do nosso próximo CD em uma só sentada de inspiração.

4) Ás vezes é uma tarefa árdua convencer os pais a incentivarem os filhos a descobrir a leitura, imaginar então um projeto do tamanho da contação onde seus próprios filhos são os artistas, é simplesmente incrível. Como surge um sonho desses no coração de uma mãe? Alguém te incentivou a ler, ou a amar tanto esse universo artístico?

Dany _Eu não tento convencer ninguém. Acho que meu papel é outro. É tipo o papel que o vento tem. Ele tem apenas que soprar, quem gostar fecha os olhos e sente. Quem não gostar segue que o vento vai continuar soprando. Tento encantar, preparando tudo com amor. Tenho um coração ainda bem infantil. Tenho a infância latejante. E isso facilita saber o que vai agradar a criança ou não. Nem sempre acerto, mas sei ajustar e improvisar se vejo que os olhos estão parando de brilhar, no meio de uma apresentação.
Na minha infância e adolescência eu ODIAVA ler. A escola consegue fazer o desfavor de destruir leitores, sempre falo isso. Tem coisa mais chata do que ter que ler pra preencher uma ficha literária¿ Eu nunca lia o que me mandavam! Dava um jeito de entender a história lendo algumas páginas do começo do meio e do fim pra tirar a nota.
Eu aprendi a gostar de ler passando por um momento muito difícil na minha vida... eu precisava ficar sozinha e nunca gostei muito de assistir TV. Precisava ficar com meus silêncios e ao mesmo tempo preenchê-los de forma leve. E me encontrei nos livros. Li um e gostei. E peguei outro e eles foram me fazendo companhia. Gente da melhor qualidade aqueles autores rsrsr Ah! E também se não gostava de um livro, nem ia adiante. Jogava pro lado e pegava outro, porque não sou obrigada rsrs

5) Hoje a Contação da Rua é um grande sucesso, e quem conhece o trabalho de vocês deseja que todas as crianças do mundo inteiro conheçam a Contação. Depois de alcançar esse sucesso e perceber o quanto o seu trabalho alcança o público, o que você diria para as escolas e professores que têm dificuldades em desenvolver a magia da leitura em seus espaços de trabalho. Qual é a melhor maneira de alcançar a participação das crianças?

Dany_ Eu também desejo que todas as crianças do mundo conheçam. Não a Contação da Rua em si, mas qualquer projeto que os faça ter encanto pelos livros e que se preocupe com a infância. As boas ideias precisam ser muito bem cultivadas nas crianças. Essa responsabilidade é da família, da escola e da sociedade. Eu acredito muito num mundo melhor e tento fazer a minha parte cuidando de quem ainda pode fazer as coisas mudarem um pouquinho.
Para desenvolver essa paixão pelos livros desde pequeno, eu sempre digo o seguinte: não imponha a leitura, isso mata um leitor. Ao invés disso, crie condições atrativas para o momento do ler. Um local silencioso, porém confortável, colorido, com muitas opções interessantes de livros e uma dose grande de afeto, muito afeto! Quem não vai querer estar ali¿ (eu quero!)

6) As apresentações da Contação geralmente acontecem na praça da Paz, nos Bancários, os eventos são gratuitos e para todas as idades. Mas, se alguém quiser contratar um show particular da Contação, vocês também fazem? O que é necessário para contratar a Contação da Rua?

Dany Até pouco tempo estávamos nos reunindo na Praça da Paz como um local fixo. Porém, repensamos um pouco a nossa trajetória e este ano queremos fazer diferente. Iremos rodar os bairros dessa cidade. Vamos pegar o carro sem rumo, e montar o nosso cenário. De preferência naqueles lugares mais esquecidos por todos. É lá que queremos estar.
Para contratar a Contação, entre no nosso site: www.contacaodarua.com.br . Lá tem nosso e-mail e telefone.

7) O que podemos esperar de novidade da Contação? Vocês estão realizando algum trabalho novo, conte-nos um pouco mais sobre o que os fantoches e personagens da Contação andam aprontando?

Dany _ Estamos preparando o nosso segundo CD. Acho que essa é a maior novidade. E está ficando uma lindeza só. É um cd de poemas e músicas. Todas as músicas foram compostas pela Valeria. O CD se chama “Contação da Rua na fazenda” e conta a história dos nossos 13 animais (fantoches). Tem a participação de um monte de gente legal. Em breve divulgaremos mais detalhes.

9)  E para quem deseja ter um pouco da Contação da Rua em casa para a criançada, vocês dispõem de material em áudio ou vídeo para quem busca comprar?

Dany _Temos uma webradio que se chama “vitrolinha da rua”.
 A Vitrolinha é um trabalho que estamos desenvolvendo em parceria com a TV UFPB, sob a direção da amiga Valeska Picado. Esse é o nosso xodó. Eu adoro escrever pra vitrolinha. Adoro escolher cada música. É um trabalho de pesquisa delicioso de se fazer. Nela tem poesia, música e história.
A Vitrolinha da Rua é o nosso presente para o Instituto de Cegos de Campina Grande, para o Instituto de Cegos de João Pessoa e para todas as crianças que conhecem a Contação.
É gratuito e pra ter acesso a esse conteúdo é só ir até o endereço: https://soundcloud.com/vitrolinhadarua ou pelo nosso site www.contacaodarua.com.br

10) Responda agora o que vem á memória quando pensa em:

a) Uma letra: A – onde tudo começa... 

b) Uma palavra:  segurança

c) Uma cor: cinza (adoro um dia cinza, são os meus favoritos)

d) Um lugar: qualquer um em que eu esteja em paz (pode ser até na fila de um banco... rs)

e) Um filme: O fantasma da ópera.

f) Uma música: Dany, Danielle (composição do meu pai, meu presente quando nasci)

g) Um livro: Depende muito da fase em que eu me encontro. Meu interior tem que se identificar com o que estou lendo. Atualmente eu escolheria Zoo Imaginário, do escritor Sérgio de Castro Pinto. Poemas lindos que tenho usado na Contação da Rua. Tem livros que li e que gostei naquela fase da minha vida, mas que hoje em dia não me identifico mais. Passou. Tudo passa, até os livros que li.

h) Um personagem da literatura: Lucíola.

i) Uma pessoa: “Dedei” foi minha mãe-babá. Minha infância toda tem a forte e doce presença dela. Eu sou o que sou por causa dela.

j) Um sonho:  Escrever uma história bonita... não em folhas de papel, mas na vida! Ela é breve!

k) Uma frase: “Aceita que dói menos”, parece brincadeira, mas é meu lema de vida. Aceitação pra todas as situações. Ter serenidade para reagir e fazer escolhas diante os obstáculos impostos pela vida.



 E você está esperando  o quê para curtir a Contação da Rua? Clique nos links abaixo e aproveite!







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